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Nada dito aqui deve ser levado a sério. Deve ser levado ao forno por 30min. Não se sinta culpado ao não servir, eu também não sirvo pra nada. Blog melhor visualizado em resolução 1680x1050 pixels, em monitor SAMSUNG de 22 polegadas e sob efeito de psicotrópicos. O blog é ruim e os posts mais novos não vão pro topo. O limite de caracteres nessa mensagem é 500, então sobrou espaço: vendo monza 83.

15 de outubro de 2013

O Grande Khan

Encontrava-se no leito de morte o Grande Khan. Lá, deitado, invocou o seu direito ancestral de líder moribundo: ter todos os últimos desejos satisfeitos.


- Pirueta.
- Quê? - o conselheiro, com o ouvido quase colado à barba trançada do Grande Khan, queria saber se ouviu direito - Pode repetir?
- Quero que façam uma graça qualquer. Não precisa ser uma pirueta.
- Uma graça? Quem?
- Qualquer graça, oras. Alguém faz, todo mundo, não me importa.

Ninguém questionou, é o direito do líder. Estranho, mas direito. Também fazia parte dos costumes ancestrais, afinal, que o líder deixasse toda sua herança para alguém próximo, na hora da sua morte. O que é uma graça por um império?

Eis que uma verdadeira e literal horda de guerreiros realizou as mais diversas proezas artísticas e pitorescas buscando a aprovação derradeira do Grande Khan. Imitações, música, demonstrações de habilidade. Um dos filhos do Grande Khan, que também era seu general, capturou e decapitou setecentos inimigos. Um dos guerreiros demonstrou como se corta um cavalo ao meio. Outro, ateou fogo ao próprio corpo e, ainda em chamas, acertou uma flechada em uma águia em pleno voo.

Então, depois de diversos dias agonizando entre risadas e aplausos, o Grande Khan morreu apontando como seu legítimo sucessor e herdeiro o primeiro que de fato fez uma pirueta.