Sem graça nenhuma, algumas coisas que aprendi na vida
Tomando um tempo para escrever depois de tomar remédios para o estômago e fôlego (de alguns meses) pra digitar bem rápido, pensei em escrever sobre algumas coisas que aprendi. Depois, esqueci e comecei a escrever de qualquer jeito. Primeiro e mais importante: aprendi que os filósofos aprenderam antes de mim que eu nunca saberia nada. Não posso dizer que já cheguei a conclusão de que nada sei, mas pretendo aprender o suficiente para descobrir isso até 2015 no máximo.
Uma lição de vida que me atingiu em cheio quando eu tinha menos velas no bolo e mais espinhas na testa foi: pode ser teoricamente impossível mentir para si mesmo, mas isso não é problema para quem sempre foi uma pessoa prática. Quando comecei a pensar em garotas, tive a impressão que já era tarde para desfazer a impressão de que tinha largado por último (como realmente havia, com hormônios retardados). Procurando a melhor saída para a dita apertada situação, tomei uma solução drástica com duas colheres de pena de mim mesmo: parei de ir à festas vestido de menina. E de mentir que fazia isso porque fora criado por minha avó gaulesa - uma singela homenagem à Asterix.
Mentiras à parte, é bem verdade que começar a ser rejeitado um pouco mais tarde fundamentou as bases nerds que me sustentam desde então. Talvez se, com um pouco de sorte, ou engenho ou determinação, eu tivesse demorado mais alguns anos para descobrir peitos tivesse me tornado um gênio. Não que eu tenha descoberto algum peito, longe disso. Mas também nada me impediu de tentar.
Hoje, uma lição me parece importante (fora a aulas sobre árvore binária e derivada que faltei). É a seguinte: a vida é improvável, então é melhor se preocupar com coisas pequenas e sem importância frente ao universo enorme até que alguém mais inteligente e infeliz aprenda o sentido da vida. Coisas pequenas como: árvores binárias, derivadas, não se esforçar muito para ser popstar. É pouco, mas é um começo, e posso citar pelo menos três casos em que foi um ótimo meio para um fim relativamente bom, comparando-se à média nacional.
Este é um parágrafo quase pedido de desculpas, mas ainda não sei a quem. Pretendo visitar um padre e me confessar, caso ninguém me contate dizendo "está desculpado". Improvável como a vida é, sou provavelmente um cara normal que, muito excentricamente, não se esforça pra parecer estranho. Até o cabelo comprido é mais acidental que planejado, e olha que o efeito de ser lembrado como "aquele magro cabeludo" não é tão benéfico quanto o "aquele um, não sei descrever". De fato, um dos maiores incetivos pra acabar com o meu ânimo sempre foi voltar ao estado original de mais anônimo com o cabelo curto. Dica de quem está no ramo: apare os galhos.
De qualquer forma, sou geralmente quadrado. Posso dizer com todas as letras que soletro melhor que ninguém porque empato com todo mundo, e quando necessitando juízo mais apurado, tenho pressa. Aprendi que tenho a necessidade intrínseca de estar viciado em algum tipo de atividade lúdica - o que é uma maneira muito mais bonita de dizer que tenho que sempre estar jogando algum videogame. Agora, viciado em doses diárias de algumas horas cada de planejar civilizações (ah, os prazeres da vida moderna que ainda vão me fazer rodar em Cálculo!), pretendo construir a Estátua da Liberdade em Pequim para melhorar a economia - principalmente em minhas cidades Astecas. E pensar que foi jogando Civilization que registrei a marca que ainda vai me deixar rico: Invasões bárbaras multiação, porque honra se lava com sangue.
Falando sério, é brincadeira, ainda não aprendi nada. Então, com sua licença, vou ali tentar aprender alguma coisa - 2015 está logo ali.