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A Perseverança - ou Expectativa sobre o Espírito Humano

Boa poesia, como boas piadas, não precisa de explicação. Não sou um bom poeta. 

A Perseverança é o resultado do assombro que senti ao assistir ao pouso da sonda Perseverance em Marte, em menor parte, mas também de uma conversa que tive com um amigo - qual seria a reação do astronauta que, no futuro, primeiro a encontrasse lá, parada, morta, sua missão cumprida (espero), num canto perdido de Marte?

Aproveitamos para imaginar o que sobraria do Espírito Humano que a lançou ao espaço naquele astronauta daqui a cem, mil, milhares de anos. A resposta que propomos é uma - você pode julgá-la lendo o poema abaixo.

Esse poema foi escrito em uma métrica chamada "esqueci os tipos de métrica que só decorei pras aulas de Literatura na escola, mas parece que dá pra recitar em voz alta". Lá vai!

A Perseverança

De areia e pedra uma colina alta 
é vista por um só instante
e pontuada, bem lá em cima,
pelo capacete de um astronauta. 
Ele enxerga, distante,             
o contorno de uma obra-prima.
Então anda (mesmo depois
de quatrocentos milhões
de quilômetros, mais dois)

com pressa. E com esforço alcança,       
coberta de vermelha poeira                 
que sua mão descobre                  
e revela - a Perseverança.
 E a mesma mão pausa
num momento de paz inteira.              
Contempla em silêncio esta instância
do espírito humano, esta causa
de assombro por ser tão nobre.
Obrigado! Aos seus anteriores,
que enfrentando gigantes rigores 
provaram ser ainda maiores.

Percorrida a trajetória
o astronauta trabalha e desmonta
aquele engenho de inteligência,          
pois precisa, já fez a conta,
mais das partes que de sua História.
E o que constrói com o bocado
desse símbolo da sua raça?
Um habitat, uma arma, um telhado
Para sua sobrevivência?
Não - sua gente prefere que faça
Nem barco, nem vela, nem leme,
que navega, que conduz, ou transcende,
mas uma boneca inflável que treme.

--

(A trilha sonora fará mais da metade do trabalho na adaptação cinematógrafica).