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Nada dito aqui deve ser levado a sério. Deve ser levado ao forno por 30min. Não se sinta culpado ao não servir, eu também não sirvo pra nada. Blog melhor visualizado em resolução 1680x1050 pixels, em monitor SAMSUNG de 22 polegadas e sob efeito de psicotrópicos. O blog é ruim e os posts mais novos não vão pro topo. O limite de caracteres nessa mensagem é 500, então sobrou espaço: vendo monza 83.

15 de novembro de 2008

Patrocínio

Trabalhando (ou praticando, já que não sou pago para fazer especificamente o que estava fazendo), ocorreu que deu vontade de ir ao banheiro. Usando o pior eufemismo já criado, "fazer o número dois", o que aliás é mascarar um ato fisiológico com numeração arbitrária como se isso fosse menos humilhante do que dizer "vou cagar".

Chegando lá, me coloco em posição e atuo (um eufemismo que não é tão trouxa). Estou lá atuando quando ouço aquelas conversas sobrepostas características de um grupo de amigos andando pelos corredores da faculdade. Depois de algum tempo, algumas vozes silenciam e eu sei que posso voltar ao que estava fazendo, porque só consigo atuar em paz (geralmente, só em casa).

Antes que prossiga a descrição da ação, cabe detalhar o ambiente. O banheiro em questão é daquele tipo onde há várias cabines separadas, cujas portas têm cada uma um espaço, embaixo, aberto, de uns 40 centímetros. Acho que é pra ventilar.

Enfim, voltando ao assunto: bem no meio de uma cena específica e particularmente trabalhosa (se é que você me entende), o susto: surge no meu campo de visão um par de tênis (vejo-os pelo buraco já mencionado) e então quase pulo com um murro fortíssimo dado na porta. Não lembro bem, mas provavelmente fiz som parecido com o de um ganso no momento do clímax sexual.

Assustadíssimo, levanto as pernas quando vejo um braço que alcança por debaixo da porta meu rolo de papel higiênico e o leva consigo. Durante todo o desenrolar, escuto um bom número de risadas de quem quer que fosse que estava fazendo aquilo comigo.

Ainda assustado e com a habitual boa educação, grito "puta que o pariu" a plenos pulmões e, torcendo pra não ter me perdido no script e espalhado a merda por todo o lugar, semi-levanto e abro uma fresta da porta.

Vejo um completo desconhecido com um sorriso de orelha a orelha e meu rolo de papel higiênico na mão. Ele me vê e murcha completamente, fica vermelho e exclama "Não é o Rudi!". As outras risadas, de pessoas que não vejo, silenciam por um milésimo de segundo e depois estouram, ficando ainda mais fortes. Escuto vários pares de pernas saindo correndo. O supreso desconhecido me alcança o papel e sai, mais envergonhado impossível.

Além de ganhar uma boa história para conversas de roda, aprendi uma atividade que pode se tornar um hobby: apavorar as pessoas no banheiro. Talvez mesmo uma profissão, porque já andei pensando até em patrocínio - vou lá, dou um susto, roubo o que conseguir pegar por debaixo da porta e ainda grito um slogan que, posso afirmar, a vítima nunca mais vai esquecer. É recall cem porcento.