Remetências
Minha namorada liga já tarde da noite, de Porto Alegre:
- Recebi uma carta muito estranha, tô até assustada.
- De quem? Do quê?
- Não sei, muito estranha.
Depois de uma breve explicação sobre o conteúdo e situação, peço pra ela trazer pra dar uma olhada. E ela volta, e traz a carta.
O conteúdo da carta é realmente louco, fora da casinha, três vezes quatro igual a dois. Loucura total. Louco como ouvir Modern Talking, louco tipo escolher primeiro o magrelo asmático na repartição de times, bizarro mesmo como o gosto musical dos meus amigos. É o spam mais interessante que eu já vi, apesar de não estar na Internet. E aí eu percebo que estou frente a mais uma daquelas pérolas que vão se propagar ao redor do mundo como roteiro de um filme B superproduzido. Só consigo pensar: tipo, puta que pariu, o negócio já surgiu misteriosamente, tem como começar melhor que isso?
- Nunca ouviu falar dessa guria?
- Não.
- Ela mandou isso aqui pra tua casa?
- Não, isso se apareceu no bolso do meu casaco, garanto que era pra outra pessoa.
Era para outra pessoa.
E morre aí um mistério tão promissor, com uma hipótese tão simples e tão provavelmente verdadeira que acaba com toda a graça. Não contente com esse final para meu roteiro de filme de terror pipoca, tento lutar contra o óbvio:
- Acho que era pra ti mesmo, quem sabe? - esperançoso.
- Não, todo mundo tem um casaco igual ao meu na faculdade.
- Eu não tenho!
Péssimo argumento, só a expressão dela já mostra que é fim de papo, foi um engano. Mas de qualquer jeito, eu chego em casa determinado a passar a Lenda da Carta Bizarra adiante. Eis minha surpresa quando sento para passar o conteúdo bizarríssimo para o computador quando, colocando a mão no bolso, percebo que ela sumiu.
Desapareceu completamente.
Tipo, puta que pariu, agora o negócio some, do além, sem deixar vestígios? Pelo menos não dizia nada sobre mandar para pelo menos 15 pessoas ou ser atropelado pela alma de um mestre bruxo numa motoneta militar. Que eu lembre. Por via das dúvidas, vou mandar uns emails.
- Recebi uma carta muito estranha, tô até assustada.
- De quem? Do quê?
- Não sei, muito estranha.
Depois de uma breve explicação sobre o conteúdo e situação, peço pra ela trazer pra dar uma olhada. E ela volta, e traz a carta.
O conteúdo da carta é realmente louco, fora da casinha, três vezes quatro igual a dois. Loucura total. Louco como ouvir Modern Talking, louco tipo escolher primeiro o magrelo asmático na repartição de times, bizarro mesmo como o gosto musical dos meus amigos. É o spam mais interessante que eu já vi, apesar de não estar na Internet. E aí eu percebo que estou frente a mais uma daquelas pérolas que vão se propagar ao redor do mundo como roteiro de um filme B superproduzido. Só consigo pensar: tipo, puta que pariu, o negócio já surgiu misteriosamente, tem como começar melhor que isso?
- Nunca ouviu falar dessa guria?
- Não.
- Ela mandou isso aqui pra tua casa?
- Não, isso se apareceu no bolso do meu casaco, garanto que era pra outra pessoa.
Era para outra pessoa.
E morre aí um mistério tão promissor, com uma hipótese tão simples e tão provavelmente verdadeira que acaba com toda a graça. Não contente com esse final para meu roteiro de filme de terror pipoca, tento lutar contra o óbvio:
- Acho que era pra ti mesmo, quem sabe? - esperançoso.
- Não, todo mundo tem um casaco igual ao meu na faculdade.
- Eu não tenho!
Péssimo argumento, só a expressão dela já mostra que é fim de papo, foi um engano. Mas de qualquer jeito, eu chego em casa determinado a passar a Lenda da Carta Bizarra adiante. Eis minha surpresa quando sento para passar o conteúdo bizarríssimo para o computador quando, colocando a mão no bolso, percebo que ela sumiu.
Desapareceu completamente.
Tipo, puta que pariu, agora o negócio some, do além, sem deixar vestígios? Pelo menos não dizia nada sobre mandar para pelo menos 15 pessoas ou ser atropelado pela alma de um mestre bruxo numa motoneta militar. Que eu lembre. Por via das dúvidas, vou mandar uns emails.