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Nada dito aqui deve ser levado a sério. Deve ser levado ao forno por 30min. Não se sinta culpado ao não servir, eu também não sirvo pra nada. Blog melhor visualizado em resolução 1680x1050 pixels, em monitor SAMSUNG de 22 polegadas e sob efeito de psicotrópicos. O blog é ruim e os posts mais novos não vão pro topo. O limite de caracteres nessa mensagem é 500, então sobrou espaço: vendo monza 83.

2 de fevereiro de 2008

Já te contei que lá em Santa Maria...

Ok, então aqui vai uma história exemplar do terceiro capítulo do Manual da Conversa de Roda. Dia 30 de janeiro de 2008, procurando apartamento pra alugar, surge a idéia de comprar um e nunca mais pagar aluguel. Paramos numa imobiliária, pegamos uma chave e, junto do corretor, vamos até o prédio dar uma olhada.

Entramos na parte comum do prédio, que é bonitinho mas ordinário, chegamos ao bloco IV, entramos, subimos quatro andares de escada e chegamos ao apartamento 411. A grade externa da porta está aberta - o que é estranho, sei por experiência que apartamentos vazios são geralmente mais lacrados do que quando há alguém morando neles. Nem pensei nisso na hora, mas aí o corretor abre a porta.

Abrindo a porta a visão é essa: uma sala vazia que tem porta para uma cozinha e é ligada a um curto corredor que tem uma porta na esquerda, para um quarto, uma direita, banheiro, e uma ao fundo, outro quarto.

Da porta do fundo salta um cara qualquer, meio ofegante. Ele fala rápido, bem nervoso que 'tô olhando o apartamento'. O corretor já meio acusa, meio pergunta, qual imobiliária? O cara responde, ahm, aquela da Venâncio, mais como quem quer adivinhar.

Pensei: prooonto, que legal, o cara pegou a chave pra vir olhar o ap (quando é só pra alugar, ninguém da imobiliária vai junto), fez uma cópia e tá dormindo aí, bem feliz. Achei que o corretor ia chamar a polícia. Minha mãe me chama pra ver alguma coisa na sacada, e eu perco a parte da conversa em que o cara se explica, mas escuto o corretor falando pra ele 'pegar suas coisas e sair'.

Achei que era uma situação desconfortável, mas ela fica pior: o rapaz fala alguma coisa sobre privacidade. O corretor se irrita. Aí eu vejo de relance mais alguém dentro do quarto. O corretor xinga o cara e pede gentilmente pros meus pais irem pra cozinha, e eu junto. Só que eu fico perto da porta e olhando para dentro do banheiro vejo alguma coisa largada no chão - roupas.

Aqui a a história faz sentido, ATENÇÃO QUEM NEM LEU, PUTARIA: o cara tinha levado uma guria pro apartamento. Fazendo o lugar de motel. Não acreditei. Primeira coisa que pensei foi que ninguém pode ser tão burro a ponto de querer fazer um apartamento vazio de motel quando, numa cidade universitária, há menos de 24 horas foram anunciados os felizardos que passaram no vestibular. É provável que TODO apartamento vago tenho sido visitado duas ou três vezes nesse dia.

Mas era verdade. O corretor estava morrendo de vergonha e assim que meus pais se entreteram na cozinha, o feliz casal ganhador de disfunção sexual por trauma psicológico vazou do local. O corretor pediu desculpas, coitado.

Curiosidade: eu estava com a máquina fotográfica em mãos, pendendo do pescoço por um cordão. O propósito era tirar fotos dos cômodos pra depois avaliar com mais calma e poder contar para o meu atual colega de apartamento com mais precisão sobre o lugar. Ok.

Talvez eu tenha tirado uma foto do rapaz assim que entrei pela porta. Talvez não.
Talvez eu esteja esperando como um crápula pra que ele fique sabendo e entre em contato.
Talvez eu esteja disposto a colocar essa foto com uma narração melhor dessa história num site pra todos poderem dar risada como eu dei. Talvez eu não faça isso mediante uma certa quantia.

Talvez eu tenha deletado a foto antes de sair do apartamento porque alguém que não tem dinheiro pra pagar um motel provavelmente não tem para sofrer extorsão. Mas que ia ser engraçado, ia.