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Nada dito aqui deve ser levado a sério. Deve ser levado ao forno por 30min. Não se sinta culpado ao não servir, eu também não sirvo pra nada. Blog melhor visualizado em resolução 1680x1050 pixels, em monitor SAMSUNG de 22 polegadas e sob efeito de psicotrópicos. O blog é ruim e os posts mais novos não vão pro topo. O limite de caracteres nessa mensagem é 500, então sobrou espaço: vendo monza 83.

30 de junho de 2007

Minha vida é uma comédia.

Um pqueno conto. Desculpe o trocadilho, mas pode contar: é da série Contos com menos de 50 Letras.

Scooby-Doo 2059
-... não fosse esse cão robô e esses idosos intrometidos!

Agora, vamos ao que não interessa.
Ou seja: fatos autobiográficos. Caso o leitor não queira saber sobre a vida de Gottin, melhor pular essa parte. Não o culparia, procuro saber da minha vida o mínimo possível, também.

Minha vida é uma comédia a lá "Eu, eu mesmo e Irene" no quesito "eu só me f ".
Pena que eu não termine com a mulher gostosa no final. Olha, eu dava um dedo.

Explico: hoje, duas revelações me abateram tal qual o falcão negro na Etiópia. Portanto, estamos falando de revelações equivalentes à lança-mísseis e muitos, muitos africanos.

Primeira revelação: Eu digito devagar demais, porque uso apenas cinco dedos. Se eu, como alguns, usasse oito (ou dez, ou qualquer número par acima disso em casos especiais), digitaria com 217% de eficiência.
Apontei este fato a três pessoas - duas disseram que sou um idiota e a última disse que odeia quando eu falo durante o sexo.

Inventei uma das pessoas acima, e não é desafio descobrir qual delas - mas para fortalecer meu argumento, 'três pessoas' fazem um argumento bem melhor que duas.

A segunda revelação:
A Internet se virou contra nós (se você não for homo sapiens desconsidere).
Antigamente, e nem tão antigamente assim (tipo... ano passado) era possível, quando falhasse a rede mundial de computadores, adquirir uma folha de inscrição física para o vestibular da UFSM. Mas, alas, esses doces e felizes tempos terminaram. Estão mortos. Os dias de alegria se acabaram. Logo acabará também a água potável, a comida, a pornografia e, por fim, o ar. E todos sabemos que sem qualquer um desses, estamos condenados.

Hoje, nos tempos que eu gosto de chamar Revelações (em parte em homenagem ao dia de hoje) se alguém quer se inscrever, digamos, para prestar vestibular de Direito - nem que seja para trancar tudo até, digamos novamente, se formar em Publicidade -; tem que enfrentar o pior tipo de fila - a virtual.
Essa fila maldita, grudenta; que no universo das filas equivale a uma gorda que tem mania de te abraçar.

Vejam só, amigos, a minha triste história, que gosto de chamar:

"Lá (no Inferno) e de volta outra vez"

Quarto mal arrumado. Computador ligado e várias pessoas nuas jogadas no chão.
Gottin trabalha no computador.
Gottin tenta fazer a sua inscrição para o vestibular. A ficha de inscrição não imprime, e ainda canta debochadamente "daqui eu não saio, daqui ninguém me tira". Depois de fechar pela trigésima milésima duodécima milanesa oitava vez a janela de "o documento não contém nenhuma informação", Gottin decide ligar para a COPERVES. Vamos fazer isso à moda antiga, pensa.
Enquanto disca {infinito + 1 [ x2(165x452)]} vezes para o maldito lugar (que só tem um número), fala no MSN com seus inúteis (e alguns debilóides) amigos. Nenhum deles pode lhe ajudar. Está sozinho.

Alguém atende o telefone. A-rrá. Agora vai.
Gottin: Alô, tem como fazer a inscrição em algum tipo de ficha física?
atendente: Inscrição pra quê?
Gottin - muita calma nessa hora, pensando em dizer 'viajar à marte' - : Vestibular.
atendente: Ok. Só um segundo.
Agradáveis vários e intermináveis segundos depois.
outra atendente: Alô!
Gottin: Quero fazer inscrição pro vestibular.
outra atendente: Só pela Internet.
Gottin: E se eu for aí? Aqui não tá funcionando. Acho que tem muita gente tentando.
outra atendente: Aqui tá funcionando. Pode vir.

Gottin, na inocência, vai. No caminho tira duas fotos 5x7 por 5 reais, sabendo que precisará delas depois. Mal sabe que seu dinheiro teria sido mais bem aproveitado se comprasse papel higiênico, um luxo desconhecido em sua casa.

Uma passagem de ônibus e meia hora depois, Gottin chega na universidade.
Entrando na COPERVES, percebe que o lugar está cheio da pior coisa possível: gente.
Muita gente, entre três e um milhão de filas - pelo menos essas são físicas, não são gordas, mas são magras e longas, muito longas. O lugar é quente, tão quente que tem um cachorro de três cabeças na porta e um cara de vermelho, tridente, rabo pontudo e chifres. Ninguém o condena pelos chifres, vida conjugal é difícil, mas bem que o tridente ele podia parar de tentar enfiar em mim.

Gottin: É aqui que posso fazer inscrição pro vestibular?
Diabo: É. Isento?
Gottin: Não.
Diabo: Já tem a ficha?
Gottin: Não.
Diabo: Então tá difícil, amigo.

Gottin vai pra fila que o Diabo aponta. Fique aqui registrado para as futuras gerações que essa nunca é uma decisão sábia.
Minutos depois entra uma cambada pela porta. Deve ter chegado mais um ônibus. Ou caiu um avião carregado de gente má, algo assim. Eles entram e Gottin, curioso e como sempre apontando o dedo e rindo dos mais feios que ele, percebe que todos (até os que choram por causa de sua risada humilhante) pegam pequenos pedaços de celulose retangulares, conhecidos nessa parte da galáxia como papel. Senhas.

"WTF? E a fila?" pensa Gottin.

Não há fila. A fila é algo simulado pela matrix para enganar Gottin. São apenas pessoas paradas, escoradas na parede que por sorte, está a apenas 52º; em alto contraste com os 53º do ambiente.

Gottin está triste. E quando eu digo triste, quero dizer puto da cara.
Alguém tinha se escorado na parede que continha o cartaz em A4, estacionado à meia altura da parede (reconhecidamente o melhor lugar de fixar um anúncio numa sala cheia de gente, mesmo quando há um mural e uma porta de vidro). O anúncio secreto diz: pegue uma senha.
Obrigado, deus. Tem volta, viu?

Gottin pega a senha. Número 100. Uau, número redondo e Gottin nem precisa inventar que comeu alguém pra isso! A sorte deve estar mudando, certo?

ERRADO(BÉÉÉÉÉÉÉ!!!! e piscando)!


Gottin pede pra Mefixtófiliz que número está a ser atendido, ó pá. O Tinhoso responde "sete".
Desde que horas estão atendendo? Uma e meia. Que horas são? Três. Qual o sentido da vida? Com certeza, esperar a sua vez aqui não faz parte do Caminho para descobrí-lo.

Gottin abandona os corajosos que esperam, sabendo que muitos não irão retornar para seus lares e familiares nesta noite. Não pode deixar de sentir pena deles e claro, de dar risada dos mais feios novamente.

Mais uma passagem, another meia hora e Gottin está em casa.
Escrevendo um conto sobre Scooby Doo no ano de 2059.