A Última Dedução de Dr. Stutt
Por cerca de 20 anos, Stutt foi o mais prodigioso detetive de Little Biglleton. Nenhum mistério permanecia insolúvel frente à aparentemente interminável sagacidade de Dr. Stutt.
Como de costume, ele enrolava os finos pêlos de seu bigode entre o indicador direito e o polegar esquerdo, levantando uma das sombrancelhas e baixando a outra em um ritmo que lembrava muito o mambo. Fazendo a careta internacionalmente reconhecida, proferiu as palavras que todos naquela sala esperavam.
- Por acaso você pode nos dizer o que fazia, durante a noite do crime e precisamente no mesmo horário, na sala de música, professor Wiggle?
Wiggle agitou-se na cadeira. Pigarreou. Tossiu. Coçou o pescoço. Finalmente, balbuciou:
- Sexo. Com a camareira.
Toda a dedução de Stutt foi por água abaixo quando a afirmação foi confirmada pela cor avermelhada que tomou o rosto da camareira naquele exato momento. O desmaio da dona da mansão e os gritos enraivecidos do doutor Mounserbourn - despedindo a camareira, que chorava aos prantos amparada pelo professor que dançava mambo ao ritmo das sombrancelhas, além de inventar alguns dos insultos mais utilizados no restante do século XX - deram tempo de Stutt criar uma nova teoria. Essa sim seria perfeita. Como tantas vezes no passado.
- Isso só confirma - disse Stutt, sua voz sobrepondo a algazarra - que o assasino é alguém muito letrado e diligente. Alguém com astúcia e sagacidade, com determinação e hábil o suficiente para realizar um crime tão temerário... - dizendo isso, sua voz morreu. Baixou ambas as mãos e deitou-as em suas pernas.
Olhando ao redor, Dr. Stutt percebeu que essas características não se aplicavam a ninguém dentre os suspeitos. A não ser...
- Fui eu - exclamou.
Um olhar de reconhecimento malévolo, a famosa expressão de "eu deveria ter desconfiado" se refletiu em cada rosto.
Como de costume, ele enrolava os finos pêlos de seu bigode entre o indicador direito e o polegar esquerdo, levantando uma das sombrancelhas e baixando a outra em um ritmo que lembrava muito o mambo. Fazendo a careta internacionalmente reconhecida, proferiu as palavras que todos naquela sala esperavam.
- Por acaso você pode nos dizer o que fazia, durante a noite do crime e precisamente no mesmo horário, na sala de música, professor Wiggle?
Wiggle agitou-se na cadeira. Pigarreou. Tossiu. Coçou o pescoço. Finalmente, balbuciou:
- Sexo. Com a camareira.
Toda a dedução de Stutt foi por água abaixo quando a afirmação foi confirmada pela cor avermelhada que tomou o rosto da camareira naquele exato momento. O desmaio da dona da mansão e os gritos enraivecidos do doutor Mounserbourn - despedindo a camareira, que chorava aos prantos amparada pelo professor que dançava mambo ao ritmo das sombrancelhas, além de inventar alguns dos insultos mais utilizados no restante do século XX - deram tempo de Stutt criar uma nova teoria. Essa sim seria perfeita. Como tantas vezes no passado.
- Isso só confirma - disse Stutt, sua voz sobrepondo a algazarra - que o assasino é alguém muito letrado e diligente. Alguém com astúcia e sagacidade, com determinação e hábil o suficiente para realizar um crime tão temerário... - dizendo isso, sua voz morreu. Baixou ambas as mãos e deitou-as em suas pernas.
Olhando ao redor, Dr. Stutt percebeu que essas características não se aplicavam a ninguém dentre os suspeitos. A não ser...
- Fui eu - exclamou.
Um olhar de reconhecimento malévolo, a famosa expressão de "eu deveria ter desconfiado" se refletiu em cada rosto.