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Nada dito aqui deve ser levado a sério. Deve ser levado ao forno por 30min. Não se sinta culpado ao não servir, eu também não sirvo pra nada. Blog melhor visualizado em resolução 1680x1050 pixels, em monitor SAMSUNG de 22 polegadas e sob efeito de psicotrópicos. O blog é ruim e os posts mais novos não vão pro topo. O limite de caracteres nessa mensagem é 500, então sobrou espaço: vendo monza 83.

5 de janeiro de 2006

A Última Dedução de Dr. Stutt

Por cerca de 20 anos, Stutt foi o mais prodigioso detetive de Little Biglleton. Nenhum mistério permanecia insolúvel frente à aparentemente interminável sagacidade de Dr. Stutt.

Como de costume, ele enrolava os finos pêlos de seu bigode entre o indicador direito e o polegar esquerdo, levantando uma das sombrancelhas e baixando a outra em um ritmo que lembrava muito o mambo. Fazendo a careta internacionalmente reconhecida, proferiu as palavras que todos naquela sala esperavam.

- Por acaso você pode nos dizer o que fazia, durante a noite do crime e precisamente no mesmo horário, na sala de música, professor Wiggle?

Wiggle agitou-se na cadeira. Pigarreou. Tossiu. Coçou o pescoço. Finalmente, balbuciou:
- Sexo. Com a camareira.

Toda a dedução de Stutt foi por água abaixo quando a afirmação foi confirmada pela cor avermelhada que tomou o rosto da camareira naquele exato momento. O desmaio da dona da mansão e os gritos enraivecidos do doutor Mounserbourn - despedindo a camareira, que chorava aos prantos amparada pelo professor que dançava mambo ao ritmo das sombrancelhas, além de inventar alguns dos insultos mais utilizados no restante do século XX - deram tempo de Stutt criar uma nova teoria. Essa sim seria perfeita. Como tantas vezes no passado.

- Isso só confirma - disse Stutt, sua voz sobrepondo a algazarra - que o assasino é alguém muito letrado e diligente. Alguém com astúcia e sagacidade, com determinação e hábil o suficiente para realizar um crime tão temerário... - dizendo isso, sua voz morreu. Baixou ambas as mãos e deitou-as em suas pernas.

Olhando ao redor, Dr. Stutt percebeu que essas características não se aplicavam a ninguém dentre os suspeitos. A não ser...

- Fui eu - exclamou.
Um olhar de reconhecimento malévolo, a famosa expressão de "eu deveria ter desconfiado" se refletiu em cada rosto.